O comércio brasileiro deve encerrar 2017 com leve recuo de 0,4% no volume de vendas em relação ao ano passado, de acordo com projeção da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
O resultado é mais otimista do que o de maio passado, quando a entidade esperava uma retração de 1,4% no fechamento do ano.
“A projeção melhorou em função da pequena recuperação dos salários, decorrente da queda da inflação, ajudando a recompor o poder aquisitivo do consumidor. Lembrando que, para começar a crescer, é preciso antes parar de cair”, afirma Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
O cálculo da entidade considera o varejo restrito, que não inclui automóveis e material de construção. A ACSP também projetou os números mês a mês entre junho de 2017 (-3,4%) até fevereiro de 2018 (-0,4%), sempre na variação em 12 meses.
“A notícia de estabilidade é alentadora após dois anos de quedas. Esperamos resultados cada vez melhores, embora não generalizados entre as atividades”, diz Burti.
Para ele, a recuperação nos próximos meses virá em grande parte pela base fraca de comparação de 2016 e pela continuidade da recomposição do poder de compra das famílias.
Burti acredita que o movimento será lento, resultante da alta do desemprego e da falta de crédito.
“Como no primeiro semestre houve perdas muito grandes, no ano como um todo o balanço ficará no zero a zero”, afirma o presidente da ACSP.
A projeção foi elaborada pelo Instituto de Economia/ACSP com base em dados do IBGE e do Índice Nacional de Confiança/ACSP. Contempla as seguintes atividades: 1) combustíveis e lubrificantes; 2) hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; 3) tecidos, vestuário e calçados; 4) móveis e eletrodomésticos; 5) artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria; 6) livros, jornais, revistas e papelaria; 7) equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação; 8) outros artigos de uso pessoal e doméstico.
FONTE: Diário do Comércio