Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), em maio, as vendas do varejo restrito (que não considera veículos e materiais de construção) e ampliado (que inclui todos os segmentos) aumentaram, sobre o mesmo mês de 2016, 2,4% e 4,5%, respectivamente (ver tabela abaixo).
Na comparação mensal, contudo, livre de efeitos sazonais, houve queda no volume comercializado de ambos tipos de varejo (-0,1% e -0.7%, respectivamente).
Nos resultados acumulados em 12 meses, que permitem apreciar de forma mais clara a tendência das vendas, os varejos restrito e ampliado mostraram contrações de 3,6% e 5,2%, respectivamente. Essas contrações continuaram a perder intensidade em relação a abril, mantendo-se a mesma base de comparação (-4,6% e -6,3%), o que segue sugerindo que o setor está se recuperando, porém de forma bastante lenta.
Na comparação com igual mês do ano passado, foi o segundo mês consecutivo de crescimento das vendas do varejo restrito. Além da existência de um dia útil a mais em 2017, esse resultado se explica pela fraca base de comparação de 2016, e pelos efeitos positivos da liberação dos recursos inativos do FGTS, da redução dos juros, do alongamento dos prazos de financiamento e da paulatina recuperação do poder de compra do salário, que, descontada a inflação, mostrou elevação de 2,3% no mesmo mês.
É importante notar que, em relação a maio de 2016, praticamente todos os segmentos do varejo apresentaram aumento das vendas, à exceção dos supermercados, onde houve estabilidade. Os destaques estiveram por conta de bens de maior valor, tais como móveis e eletrodomésticos (13,8%), material de construção (9,3%), equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (8,8%) e veículos (4,5%).
Em síntese, há uma indiscutível recuperação das vendas após dois anos consecutivos de quedas, que enfraqueceram a base de comparação. A recuperação continua lenta, mas já parece estar delineada nos resultados acumulados em 12 meses.
A crise política, até o presente momento, não alterou essa trajetória, que pode ser intensificada pela continuidade da redução dos juros e das reformas estruturais.
FONTE: INSTITUTO DE ECONOMIA GASTÃO VIDIGAL / ACSP