Segundo o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), em agosto, as vendas do varejo restrito (que não considera veículos e materiais de construção) e do ampliado (que inclui todos os segmentos) cresceram, na comparação com o mesmo mês de 2016, pelo quinto mês consecutivo (3,6% e 7,6%, respectivamente).
No período janeiro-agosto também continuou havendo aumentos dos volumes comercializados (0,7% e 1,9%, respectivamente).
Contudo, nos resultados acumulados nos últimos 12 meses, ambos tipos de varejo seguiram mostrando contração (-1,6% e -1,6%, respectivamente), porém, cada vez menos intensa, sinalizando recuperação lenta, embora efetiva, da atividade comercial.
No comparativo anual, o crescimento do volume comercializado do varejo continua sendo disseminado. Os supermercados apresentaram alta de 1,7%, decorrente basicamente dos menores preços de alimentos, devido à “supersafra” agrícola, combinada com a recuperação dos salários e do emprego.
Por sua vez, o significativo crescimento das vendas de móveis e eletrodomésticos (16,5%), e até de itens de maior valor, como veículos (13,8%) e material de construção (12,6%), também refletem essa melhora no mercado de trabalho, além dos efeitos da liberação dos recursos inativos do FGTS, dos juros menores e dos maiores prazos de financiamento.
Em síntese, os resultados do varejo, em agosto, apesar da fraca base de comparação do ano passado, seguem indicando retomada das vendas, após quase três anos consecutivos de queda. Essa retomada, que ainda é lenta, deverá se intensificar até o final do ano, com a contínua melhora das condições de crédito, renda e emprego das famílias.
Porém, uma volta aos patamares do consumo registrados nos anos anteriores à crise depende de uma efetiva recuperação da confiança do consumidor, que somente se concretizará com o fim da crise política e o prosseguimento das reformas estruturais.