EM NOVEMBRO, INDÚSTRIA REDUZIU RITMO DE QUEDA
Em novembro, a queda da atividade industrial perdeu força, registrando leve recuo de 1,1%, ante o mesmo mês de 2015, cuja base é bastante fraca. Trata-se da queda menos intensa desde março de 2014 (-0,4%). No acumulado do ano, o recuo desacelerou para 7,1%, frente à redução de 7,7%, registrada na leitura anterior.
Também houve arrefecimento da contração da atividade industrial no acumulado de 12 meses, que mostrou declínio de 7,5%, ante 8,4% observado em outubro, na mesma base de comparação.
Na comparação com novembro do ano passado, 2 categorias continuaram em queda: bens intermediários (-0,6%), bens semiduráveis (-4,8%). Em sentido oposto, a expansão da produção de bens duráveis (9%) e de bens de capital (1,1%) parece dar mais consistência à reversão cíclica da indústria, estimulada pelo câmbio mais favorável.
Nesse sentido, as exportações registradas em novembro, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), mostraram alta de 17,5%, com destaque para manufaturados (41,8%) e semi-manufaturados (21,3%).
Em seu último balanço, a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) apontou redução de 11,2% na produção de veículos em 2016, ante um declínio de 20,2% nas vendas ao mercado interno. As exportações de 520 mil
veículos, que representaram aumento de 24,7% em relação a 2015, ajudaram a evitar uma queda ainda maior na produção e no emprego. Só em dezembro foram exportados 62 mil veículos, o que significou apreciável alta de 36,1% em relação ao mesmo mês de 2015.
Também vale destacar o desempenho de alguns outros segmentos, que, no contraste com novembro de 2015, começam a dar sinais positivos, tais como veículos (13,4%), equipamentos de informática (10,2%), papel e celulose (7,1%), madeira (6,9%), vestuário (5,3%), extrativas (4,4%) e têxteis (4,3%).
Em síntese, a produção industrial continua a dar sinais de arrefecimento de sua contração, muito em função da fraqueza da base de comparação de 2015. A alta em certos ramos parece estar sendo estimulada pelas vendas externas, mas, sua continuidade depende da evolução do câmbio. De qualquer forma, uma recuperação efetiva está atrelada às quedas futuras dos juros e à recuperação da confiança dos empresários do setor.