O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou, em maio, alta de 0,31%, bem abaixo das expectativas do mercado (0,50%).
Esse resultado contribuiu para reduzir a variação acumulada em 12 meses, que serve como estimativa da inflação anual, que, entre abril e maio, passou de 4,08% para 3,6%, respectivamente, o menor valor em uma década, e ainda mais abaixo da meta anual de inflação (4,5%).
As causas fundamentais da continuidade da descompressão dos preços são a queda nos preços dos alimentos, explicada pela safra recorde de produção, em conjunto com a retração do consumo, decorrente do alto nível de desemprego, do crescimento lento da renda e da falta de crédito.
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), continuou registrando deflação em maio, que alcançou 0,51%, ante queda de 1,24% anotada na leitura anterior, levando o resultado acumulado em 12 meses a recuar ainda mais, passando de 2,74%, em abril, para 1,07%.
Esse último resultado segue refletindo a intensa redução dos preços das matérias primas, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), principal componente do IGP-DI, que mostrou queda de 0,79%, na mesma base de comparação, explicado fundamentalmente pela deflação mais intensa dos preços de matérias primas agrícolas – IPA AGRO (-10,0%).
Em síntese, a inflação oficial (IPCA), medida em termos anuais (12 meses), continuou exibindo forte desaceleração, que deverá prosseguir ao longo dos próximos meses, devido à queda nos preços do atacado, além da lenta recuperação da economia.
O cenário mais provável é terminar o ano com o IPCA abaixo da meta perseguida pelo Banco Central (4,5%), o que assegura a continuidade da redução da taxa básica (SELIC), ainda que, de forma mais moderada, devido às incertezas provocadas pela crise política atual.
FONTE: Instituto de Economia Gastão Vidigal