De acordo com a Pesquisa Mensal da Indústria (PMI), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em abril, embora a atividade industrial tenha registrado aumento de 0,6% em relação a março, livre de efeitos sazonais, houve queda de 4,5% sobre igual mês de 2016 ainda que tenha contado com dois dias úteis a menos.
No acumulado de 12 meses, que corresponde aproximadamente ao resultado anual, a queda observada (-3,6%) continuou desacelerando em relação ao mês imediatamente anterior (-3,8%).
Na comparação com abril do ano passado, o único segmento que mostrou crescimento foi o de bens duráveis (0,6%), impulsionado pelos veículos (4,6%), “linha marrom” (14,2%) e motocicletas (2,5%). Em sentido contrário, se destacaram “linha branca” (-13,4%), eletro-portáteis (-10,9%) e móveis (-12%).
No caso dos bens de capital, a produção, como um todo, se reduziu em 5,5%, na mesma base de comparação, embora tenha havido forte elevação dos bens fabricados para a agricultura (21%) e para a construção (14,3%).
No contraste interanual, a categoria que apresentou a maior contração foi a de bens semiduráveis, que alcançou a 9,8%, sendo as maiores influências negativas o abate de rezes (-21,9%), afetado negativamente pela Operação “Carne Fraca”, o ramo farmacêutico (-15,8%) e a produção de álcool e gasolina (-14,3%), prejudicada pelo excesso de chuvas, que atrasou a colheita de cana.
Em síntese, a atividade industrial continua em processo de lenta recuperação, com resultados bastante heterogêneos entre seus diversos segmentos, sendo aqueles orientados às exportações os mais beneficiados. O cenário mais provável aponta para a continuidade desta recuperação, dada a redução dos juros e o nível atual da taxa de câmbio, porém, os efeitos da crise político-institucional sobre a confiança dos empresários do setor poderão fazer com que esta seja ainda mais gradual.
FONTE: Instituto de Economia Gastão Vidigal