Entenda como funciona o Procred 360, linha para microempresa e MEI

A linha de crédito especial já está disponível no Banco do Brasil. Caixa Econômica deve lançar nos próximos dias

Microempresas e microempreendedores individuais (MEIs) já podem acessar o Procred 360, linha de crédito com taxas de juros reduzidas e condições especiais voltada para negócios com faturamento até R$ 360 mil por ano.

O Banco do Brasil (BB) oferece desde a semana passada a nova modalidade de crédito, que integra o Programa Acredita, do governo federal, anunciado em abril pelo ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França. A Caixa Econômica Federal deve lançar a nova linha especial nos próximos dias.

Com o Procred 360, os empreendedores poderão pagar o empréstimo em até 60 meses, com a taxa de juros limitada a 5% ao ano, pouco mais de 1% ao mês, mais a Selic. O valor está limitado a 30% do faturamento, mas pode chegar a 50% nos casos de empresas que tenham mulheres como sócias ou possuam o Selo Mulher Emprega Mais.

As contratações do “BB Capital de Giro Pronampe Procred 360”, do Banco do Brasil, são feitas diretamente nas agências. Antes disso, os clientes terão que compartilhar com a instituição financeira o faturamento fiscal do ano de 2023, por meio do e-CAC, da Receita Federal.

A expectativa do governo é disponibilizar até R$ 12 bilhões em empréstimos por meio de bancos públicos e privados, que terão a garantia por meio do FGO (Fundo de Garantia de Operações), criado para facilitar a oferta de crédito para micro, médias e pequenas empresas, além de MEIs.

Historicamente, os pequenos empreendimentos enfrentam mais dificuldades para ter acesso ao crédito. Estima-se que as microempresas representam cerca de 5% do crédito a pessoas jurídicas, as pequenas, 17%, e as médias, 28%. Ou seja, metade do dinheiro emprestado pelos bancos fica com as grandes.

PRONAMPE

A nova modalidade de empréstimo surge como uma alternativa para os empreendedores que não foram atendidos pelo Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), que tem uma taxa de 6% ao ano, mais a Selic.

De acordo com Valdir Oliveira, gerente de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, o custo menor do Procred 360 é uma das principais diferenças na comparação com o Pronampe que, em compensação, é mais amplo, pois atende às empresas de pequeno porte (EPP), com faturamento até R$ 4,8 milhões por ano.

Oliveira lembra que o Pronampe foi um grande aliado das micro e pequenas empresas na época da pandemia de covid-19, evitando que muitas empresas fechassem as portas.

“Como a intenção do governo agora é direcionar o crédito para os pequenos negócios, que enfrentam mais dificuldades para ter acesso a empréstimos, o Pronampe tende a ser substituído, no futuro, pelo Procred”, prevê.

EXPANSÃO DOS NEGÓCIOS

A proprietária da Borges e Leati, empresa que atua com locação de equipamentos para construção civil, Rosangela Leati, foi uma das beneficiárias do Pronampe, ao conseguir, no final do ano passado, um empréstimo de R$ 70 mil, usado para comprar ferramentas novas para o seu negócio, a ser pago em 48 parcelas mensais.

O dinheiro foi disponibilizado em poucos dias na conta da empresária, depois do preenchimento de um questionário e o envio, por meio do seu contador, de documentos que comprovaram o faturamento do negócio nos últimos 12 meses.

O prazo de carência de nove meses para o pagamento da primeira parcela e a cobrança de juros mais baixos do que os praticados no mercado foram os principais atrativos para a tomada da decisão pelo empréstimo.

“As condições são bem vantajosas. Demorei cerca de quatro meses para alugar as novas ferramentas, aumentei meu leque de clientes e vou pagar no próximo mês a primeira parcela com o dinheiro do aluguel”, comemorou.

Fonte: Diário do Comércio