O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o índice oficial de inflação, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 0,18% em novembro, desacelerando fortemente em relação a outubro (0,26%) e ao mesmo mês do ano passado (1,01%).
Essa alta foi a menor para o mês desde 1998, surpreendendo os analistas de mercado, que projetavam avanço maior. Esse resultado contribuiu para reduzir fortemente a inflação no acumulado em 12 meses, que passou de um aumento de 7,87%, observado em outubro, para 6,99%.
Vale destacar que, na apuração mensal, o grupo alimentação ainda segue apresentando deflação (-0,20%), porém ainda apresenta elevação superior a 10% nos últimos 12 meses (IPCA AL.).
O recuo da inflação foi ainda mais intenso segundo o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que em novembro alcançou a apenas 0,05%, ante 0,13% em outubro e 1,19% no mesmo mês de 2015.
Assim, no acumulado em 12 meses, o indicador recuou de 7,99% em outubro para 6,77% em novembro, voltando a refletir a intensa descompressão dos preços das matérias primas, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), seu principal componente, que diminuiu de 8,43% para 6,92%, respectivamente.
Também é importante notar que a alta dos preços das matérias primas agrícolas, medida pelo IPA AGRO, que em junho crescia mais de 31%, na mesma base de comparação, cedeu para 12,9%, com a perspectiva de recuperação da nova safra.
Em síntese, a inflação continua apresentando forte desaceleração, devido, por um lado, à profunda queda do gasto agregado, em decorrência da recessão enfrentada pelo país, e, por outro, pela menor pressão dos preços das matérias primas agrícolas e industriais.
A perspectiva para os próximos meses é que a inflação siga recuando, diante do atual quadro de ociosidade e das maiores elevações de preços registradas nos últimos meses de 2015 (em torno de 1%), abrindo espaço para uma redução menos “tímida” da taxa de juros por parte do Banco Central.