No novo Ranking do Saneamento Básico, divulgado pelo Instituto Trata Brasil, Rio Preto aparece em 7º lugar entre os municípios com a melhor qualidade de serviço de saneamento oferecido à população. Produzido pelo Instituto Trata Brasil, o novo Ranking do Saneamento Básico contempla as 100 maiores cidades, onde habitam 40% da população, e foi feito com base nos dados do Ministério do Desenvolvimento Regional, pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – ano base 2017. Os resultados indicam que Rio Preto melhorou duas posições em relação ao ano passado deixando o 9º lugar para permanecer entre as dez melhores cidades do País. Em 1º lugar está a cidade de Franca.
Para o superintendente o Semae, Nicanor Batista Jr., a 7ª posição no ranking do Trata Brasil aumenta, ainda mais, a responsabilidade do Semae com o saneamento básico de Rio Preto. “Os investimentos continuarão dentro de um planejamento responsável e com tarifas adequadas. A nossa meta é atingir a universalização na distribuição da água tratada e do esgoto tratado, levando saneamento para os bairros em fase regularização. Depois dos investimentos em obras, o Semae vai priorizar o investimento na manutenção da rede, combatendo as perdas e aprimorando o atendimento ao usuário”, declarou.
Desafios do Saneamento Básico brasileiro
O país ainda apresenta quase 35 milhões de brasileiros sem acesso à água tratada, quase 100 milhões de brasileiros sem coleta de esgotos (47,6% da população) e apenas 46% dos esgotos gerados no país são tratados. Isso significa poluição e doenças ininterruptas em todo o país.
Como exemplo da situação nas grandes cidades, das 100 maiores, 90 apresentam mais de 80% da população com água tratada, em contrapartida, somente 46 cidades possuem mais de 80% da população com coleta de esgotos. Quando falamos de tratamento de esgotos os dados são piores; somente 22 municípios tratam mais de 80%. Quando tratamos das perdas de água potável nos sistemas de distribuição, mais de 80% dessas grandes cidades têm perdas superiores a 30%, o que mostra haver um grande desafio a ser vencido.
Perda
Em Rio Preto, as perdas da água produzida pelo Semae são da ordem de 27%, segundo o Trata Brasil. O Semae tem um Programa de Redução de Perdas para diminuir de 27% para 20% a perda física e comercial, nos próximos anos. A autarquia tem atuado na substituição de ramais, que hoje são em torno de 160 mil. Também foram intensificadas as ações educativas sobre o uso racional da água.
Investimentos
Atualmente, o Semae está investindo R$ 120 milhões em obras. Isso é resultado do planejamento que a autarquia fez para garantir água de qualidade e esgoto tratado para a população.
Entre as obras em andamento está a ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). A estação passará a ter capacidade para atender 600 mi habitantes. Atualmente, a ETE opera em três módulos com capacidade para atender 450 mil pessoas. Um quarto módulo de tratamento de esgoto – composto por um reator anaeróbico, um reator aeróbico e um decantador – está em construção e ampliará esse número. A capacidade de tratamento da ETE também será beneficiada, de 1.005 litros por segundo para 1.340 litros por segundo.
O superintendente do SeMAE, Nicanor Batista, afirmou que com a obra os rio-pretenses terão esgoto tratado até 2030. “O Semae trata nessa estação mais de 95% do esgoto coletado em Rio Preto. Com a ampliação, poderemos garantir o atendimento de uma população de até 600 mil pessoas. Isso provavelmente será suficiente para atender a cidade até 2030”, concluiu.
Também está em andamento a reforma e ampliação da Estação de Tratamento de Água – ETA “Palácio das Águas”. O objetivo da reforma é melhorar a qualidade do tratamento de água captada na Represa Municipal. Além disso, sazonalmente, a capacidade de fornecimento poderá aumentar de 450 l/s para até 750 l/s.
A reforma, projetada pelo Semae – Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto de Rio Preto, prevê melhorias no sistema de captação de água bruta; tratamento, reservação e bombeamento de água tratada; automação do sistema de supervisão e controle e substituição das subestações existentes por eletrocentros para a melhoria no uso das fontes de energia (eficiência energética).
Outra obra é a perfuração e instalação do poço profundo no Aquífero Guarani, localizado no bairro Residencial Palestra, região Norte de Rio Preto. O poço, com uma profundidade prevista de 1.050 metros, vai produzir 135 milhões de litros de água por mês, o suficiente para atender uma população de até 20 mil pessoas.
A nova rede de esgoto de Talhado, em construção, será interligada a uma elevatória e a um interceptor que irá até a ETE – Estação de Tratamento de Esgoto. Serão cerca de 8.000 metros de rede de esgoto que atenderá Talhado e novos loteamentos na região. Quando essas obras estiverem concluídas, Rio Preto terá praticamente 100% do esgoto tratado.
Os investimentos não param. Já foi aberta a licitação para a construção de um interceptor de esgoto na margem direita do Córrego do Morais. A obra terá 7,6 quilômetros de extensão. A previsão é que a obra inicie daqui a três meses, com um prazo de dez meses para finalizar. O interceptor irá margear toda a extensão da Floresta Estadual Paulista. O Semae e a diretoria da Unesp (campus Rio Preto, responsável pela preservação da mata) fizeram uma série de tratativas no último ano para que a floresta não sofresse nenhum dano.
Tem previsto ainda o desassoreamento da Represa Municipal, com a retirada de 400 mil m3 de sedimentos. Serão 40 mil viagens de caminhão.