O Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE) anunciou que atualizou a amostra de informantes da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), com base na Pesquisa Anual de Comércio (PAC) de 2014, modificando as ponderações utilizadas para os segmentos do comércio. Assim, os dados de janeiro em diante serão divulgados com essa nova metodologia. Esta atualização metodológica atenuou ainda mais a queda do varejo em janeiro.
Em fevereiro, segundo a PMC, as vendas do varejo restrito (que não inclui veículos e material de construção) recuaram 3,2%, frente ao mesmo mês de 2016, enquanto no caso do ampliado (que inclui todos os setores), a contração alcançou a 4,2%, na mesma base de comparação.
No resultado acumulado em 12 meses, as retrações dos dois tipos de comércio alcançaram a 5,4% e 7,5%, frente a diminuições de 5,5% e 7,5%, respectivamente, registrados em janeiro, já considerando a mudança de metodologia.
Em termos do resultado em 12 meses, as retrações nas vendas de supermercados e farmácias (-2,5% e -3,1%, respectivamente), que são itens de consumo mais básico, se explicariam, fundamentalmente, pela alta na taxa de desemprego. No caso do varejo ampliado, os juros ainda altos, a restrição de crédito à pessoa física e a baixa confiança do consumidor explicariam as maiores diminuições, como, por exemplo, veículos (-13,1%) e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-10,3%).
Apesar de observar-se um maior arrefecimento da queda das vendas do varejo, a tendência permanece a mesma, sinalizando uma recuperação que segue aquém do esperado. A perspectiva é de continuidade de contrações nos próximos meses, até que a redução das taxas de juros e a menor inflação surtam o efeito esperado.