O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti, repercute o desempenho do varejo nacional em março, divulgado hoje pelo IBGE.
“Os dados vieram pior do que o esperado. Em relação a março de 2016, chama a atenção a queda de 8,7% no ramo de supermercados, que tem um peso muito grande na composição do índice do IBGE”, avalia o presidente da ACSP.
Para ele, “o grande problema para a retomada efetiva é o desemprego em alta. Os efeitos das quedas da inflação e dos juros, da liberação do FGTS e dos reajustes salariais não têm sido suficientes para compensar o peso do desemprego para o consumo”, analisa o presidente da ACSP, reforçando a necessidade de cortes maiores na Selic “para que a baixa dos juros seja sentida pelos consumidores o mais rapidamente possível”.
Sobre segmentos que, na contramão, cresceram, Burti ressalta o chamado efeito-base. “Alguns ramos surpreenderam positivamente, como móveis/eletrodomésticos e vestuário/calçados. Mas se olharmos o desempenho dessas atividades em março de 2016 contra março de 2015, as quedas foram maiores do que esse crescimento de agora; assim, há um pouco do efeito da base fraca de comparação”.
“Mesmo com o resultado de hoje, podemos dizer que estamos chegando quase ao empate com 2016, principalmente em razão da base fraca de comparação. No ano passado, a cada mês a queda era mais forte. Agora o movimento é inverso: a cada mês, a retração é menor. Nossa expectativa é de que no segundo semestre deste ano os resultados sejam pelo menos iguais aos de 2016, para poder crescer depois”.
“É como um carro que está andando na direção certa, mas muito abaixo do limite de velocidade”, finaliza Alencar Burti.