O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou alta de 0,25% em março, desacelerando em relação a fevereiro (0,33%). Foi a menor taxa para o mês desde o ano 2012.
Esse resultado contribuiu para intensificar a redução da inflação no acumulado em 12 meses, que passou de um aumento de 4,76%, observado em fevereiro, para 4,57%(ver tabela abaixo), ficando bem próxima da meta anual (4,5%).
A principal causa dessa nova desaceleração do IPCA foi a menor pressão dos preços de educação. Por sua vez, os alimentos apresentaram alta de 0,34%, bem abaixo da elevação registrada em março do ano passado (1,24%)
No caso do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), houve deflação de 0,38% no mesmo mês, levando o resultado acumulado em 12 meses a recuar de 5,26% em fevereiro para 4,41%, em março.
Esse último resultado reflete a forte descompressão dos preços das matérias primas, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), seu principal componente, que diminuiu de 5,35% para 4,14%, respectivamente.
Essa descompressão pode ser explicada fundamentalmente pelo
comportamento dos preços das matérias primas agrícolas que, na mesma base de comparação, de acordo com o IPA AGRO, apresentaram queda de 1,23%.
O aumento dos preços das matérias-primas industriais, medido pelo IPA IND, também desacelerou, embora levemente, em março (6,11%), em relação ao anotado no mês anterior (6,42%).
Em síntese, a inflação, medida em termos anuais (12 meses), continua apresentando forte desaceleração, que deverá prosseguir ao longo do ano, devido à perspectiva de safra recorde, que continuará produzindo descompressão dos preços dos alimentos, além do elevado grau de ociosidade e da acomodação da taxa de câmbio aos patamares atuais.
A perspectiva do IPCA continua sendo terminar o ano abaixo da meta anual de inflação (4,5%), o que poderá reforçar a intensificação da redução da taxa básica de juros por parte do Banco Central durante os próximos meses, o que poderá acelerar a recuperação da economia brasileira.
FONTE: Instituto de Economia Gastão Vidigal