Em outubro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria registrou queda de 7,3% frente ao mesmo mês de 2015. Trata-se simplesmente da 32ª contração consecutiva, sendo a mais intensa desde maio de 2016 (-7,4%).
Contudo, no acumulado do ano e em 12 meses, as diminuições da produção industrial continuam sendo menores (-7,7% e -8,4%, respectivamente), em relação a setembro, na mesma base de comparação (-7,8% e -8,8%, respectivamente), mantendo a impressão de que a crise industrial perde intensidade, ainda que de forma lenta, como, em geral, vem ocorrendo com os outros indicadores de atividade.
Na comparação com outubro do ano passado, 4 categorias continuam mostrado retração: bens intermediários (-7,0%), bens duráveis (-6,8%) e bens semi e não duráveis (-7,5%) e bens de capital (-9,8%).
Por sua vez, durante o mesmo período, outros subsetores seguem mostrando crescimento, tais como: papel e celulose (4,6%), madeira (1,6%) e produtos têxteis (0,7%).
Em síntese, durante outubro a indústria continuou apresentando resultados negativos, ainda que, em termos acumulados, siga ocorrendo arrefecimento na queda de sua produção.
Esse arrefecimento, frente ao elevado nível de estoques, aumentos de custos e novas quedas da confiança dos empresários, parece estar mais associado à fraqueza da base de comparação do ano passado.
A continuidade do ciclo de redução dos juros e o maior nível da taxa de câmbio poderão ajudar na retomada do setor, mas a recuperação da confiança, mais do que nunca passou a ser o elemento-chave para que isso ocorra.
Essa recuperação, por sua vez, depende de uma evolução positiva do cenário político e da realização de um ajuste fiscal efetivo.