Em junho, a produção industrial registrou contração de 6% frente ao mesmo mês de 2015, com um dia útil a mais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto nos resultados acumulados do ano e em 12 meses, os recuos foram de 9,1% (Tabela 1) e 9,8%, respectivamente.
Esses resultados, em geral, continuam a sugerir que o setor parou de aprofundar a queda, mostrando, inclusive, crescimento em relação ao mês anterior (1,1%), livre de efeitos sazonais, por quarta vez consecutiva.
No contraste com junho do ano passado, as quatro grandes categorias de uso continuam apresentando retração, com intensidade cada vez menor à observada nos meses anteriores, na mesma base de comparação: bens de capital (-3,9%), bens intermediários (-7,6%), bens duráveis (-6,9%) e bens semi e não duráveis (-1,9%).
Em sentido contrário, destaca-se a alta de couro e artigos de viagem e calçados (8,9%), perfumaria (5%), produtos farmacêuticos (2,1%), outros produtos químicos (2,3%) e madeira (0,3%), estimulados pelos ganhos de competitividade decorrentes dos aumentos anteriores na taxa de câmbio.
Nessa mesma direção, dados recentes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), referentes às exportações realizadas em julho, apresentam elevação anual nos embarques dos produtos semimanufaturados (10,1%) nos manufaturados (7,3%), com destaque, inclusive, para veículos de carga, pneumáticos, torneiras, além de automóveis.
Em síntese, o comportamento da atividade industrial continua a sugerir que já se atingiu o “fundo do poço”, porém uma recuperação efetiva dependerá do comportamento futuro do câmbio, cujo recuo poderá reverter os ganhos de competitividade alcançados, e da recuperação da confiança dos empresários.
FONTE: Instituto de Economia Gastão Vidigal