Faltam poucos dias para a chegada da terceira data mais relevante para o comércio: o Dia dos Namorados. Mas o amor pode custar caro para os brasileiros neste ano não só pelo quadro de crise, desemprego e instabilidade, mas também por altas cargas tributárias embutidas nos preços finais dos presentes. Elas podem superar a casa dos 50% do preço, como nos casos do champanhe (59,49%), do vinho (54,73%), da maquiagem (51,41%) e das joias (50,44%).
O alerta é da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), que encomendou levantamento para o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). “Se não tivesse toda essa carga, o consumidor teria um alívio, ainda mais em período de crise, em que os produtos sofrem efeitos da inflação e do câmbio”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Para os “amantes à moda antiga”, as flores consomem 17,71% de impostos. Do preço final de um perfume importado, 79% são de tributos. Outras cargas tributárias que chamam a atenção são do telefone celular (38,9%) e dos óculos de sol (44,18%).
Para o diretor regional do IBPT Alexandre Fiorot, os apaixonados precisam ser criativos na hora de presentear. “A voracidade do fisco é sem limite e os preços ficam pesados demais por conta da alta carga tributária. O peso esmagador dos tributos no Brasil se deve a uma legislação injusta, que privilegia a tributação sobre o consumo que impacta ricos e pobres da mesma forma (o valor dos tributos embutidos no preço de um produto é, em regra, o mesmo independente da condição econômica do contribuinte consumidor)”.